Falamos recentemente em nosso Blog sobre o bullying no ambiente escolar, que afeta crianças e adolescentes em todo o mundo. Explicamos os tipos de agressões existentes, como identificar casos e, consequentemente, ajudar as vítimas a passar pelo trauma.
Hoje vamos falar sobre o outro lado do bullying: os agressores, que também são conhecidos como bullies. Não podemos esquecer que os autores de bullying são crianças e, muitas vezes, vítimas de outras circunstâncias.
De acordo com psicólogos diversos fatores podem desencadear comportamentos agressivos em uma criança. Uma família disfuncional, por exemplo, com pouca afetividade entre os seus membros, ou ainda adultos que exercem forte pressão por desempenho (sucesso) dos jovens.
Além disso, a criança pode ter sido (ou estar sendo) vítima de abuso ou humilhações cotidianas.
Por fim, existem ainda aqueles jovens que gostam de experimentar a sensação de poder ou cuja família pode tolerar ou oferecer um modelo agressivo para solução de conflitos.
Os pais ou responsáveis devem estar atentos ao ambiente familiar, uma vez que o bullying pode começar dentro de casa. Os adultos muitas vezes não questionam suas próprias condutas e valores, eximindo-se de responsabilidade enquanto educadores.
Vale ressaltar que o exemplo dentro de casa é fundamental para a conduta fora dela. Ensinamentos de ética, solidariedade e altruísmo vêm de berço e se estendem para a vida exterior, principalmente a escola. É nela que as crianças e adolescentes vão passar grande parte do seu tempo.
Por isso, revisar o comportamento e ser empático com as crianças é primordial.
Comportamento
Na escola os bullies podem ser reconhecidos como aqueles que fazem brincadeiras de mau gosto, gozações e colocam apelidos pejorativos nas vítimas. Difamação, ameaças, constrangimentos e menosprezo também estão entre as agressões cometidas.
Ações que envolvam a diversão à custa do sofrimento alheio agradam os agressores. Também é comum que eles furtem ou roubem dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes.
Em casa, os agressores mantêm atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos familiares. Eles também são arrogantes no agir, no falar e no vestir, querendo demonstrar superioridade.
Os bullies manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram e mentem de forma convincente, negando as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) lançou uma cartilha com o objetivo de ajudar pais e educadores a prevenir e enfrentar a violência física ou psicológica contra uma pessoa incapaz de se defender.
De acordo com o órgão é muito importante que os responsáveis pelos processos educacionais identifiquem com qual tipo de agressor estão lidando, uma vez que existem motivações diferenciadas:
- Muitos se comportam assim por uma nítida falta de limites em seus processos educacionais no contexto familiar.
- Outros carecem de um modelo de educação que seja capaz de associar a autorrealização com atitudes socialmente produtivas e solidárias. Tais agressores procuram nas ações egoístas e maldosas um meio de adquirir poder e status, e reproduzem os modelos domésticos na sociedade.
- Existem ainda aqueles que vivenciam dificuldades momentâneas, como a separação traumática dos pais, ausência de recursos financeiros, doenças na família etc. A violência praticada por esses jovens é um fato novo em seu modo de agir e, portanto, circunstancial.
- E, por fim, nos deparamos com a minoria dos opressores, porém a mais perversa. Trata-se de crianças ou adolescentes que apresentam a transgressão como base estrutural de suas personalidades. Falta-lhes o sentimento essencial para o exercício do altruísmo: a empatia.
Como agir?
Os pais dos alunos autores de bullying devem ser convocados à escola imediatamente para terem conhecimento da situação e receberem orientações sobre como agir. Como parte das ações, será recomendado que as famílias busquem avaliação de um profissional de saúde mental.
Entre a lista de orientações a seguir, os pais ou responsáveis devem se atentar aos seguintes fatores:
- Não ignorar a situação ou achar que é algo comum e que está tudo bem.
- Conversar com a criança ou o jovem e procurar saber os motivos para tais atitudes.
- Manter a calma e não agir com agressividade, evitando mais violência.
- Buscar ajuda profissional e procurar auxiliar o agressor a encontrar meios não agressivos para expressar suas insatisfações.
- Dar orientações e estabelecer limites.
A autoanálise é parte importante desse processo, pois as crianças podem estar espelhando atitudes intolerantes dos pais. A criança ou adolescente aprende a agir quando escuta seus familiares usarem palavras pejorativas para mendigos, homossexuais e até pessoas de outras religiões, por exemplo.
Por isso, é preciso rever o que está errado e reforçar valores como ética, tolerância e respeito.
Por fim, encoraje o agressor a pedir desculpas ao colega pessoalmente ou através de carta. Lembrando que, isoladamente, essa atitude não resolve o problema e nem diminui a gravidade do evento ocorrido.
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