A emancipação feminina a partir dos movimentos feministas iniciados em 1800 se diversificaram, ganharam novas correntes e passaram a buscar novas demandas a partir de conquistas básicas, como o direito ao voto, garantindo às mulheres maior igualdade em relação aos seus pares homens.
Com o ingresso feminino no mercado de trabalho, a divisão de tarefas domésticas a partir do critério de gênero passou a ser questionada e os papéis entre homens e mulheres revistos com maior frequência, demandas que ainda estão em curso na sociedade atual.
Nesse cenário, como efeito da ampliação dos direitos femininos, novos deveres masculinos surgiram, já que homens e mulheres passaram a apresentar deveres e direitos mais igualitários entre si que alteraram a forma como o núcleo familiar é estruturado.
Uma das questões em que é possível observar essa dinâmica com maior clareza é no que toca à criação dos filhos, pois os homens deixaram de ter o papel exclusivo de provedores das suas famílias e passaram a responder às demandas emocionais e psicológica das suas crianças e se envolverem em diversos aspectos do desenvolvimento dos filhos que não eram comuns em dinâmicas familiares anteriores.
No entanto, os papéis que são esperados de homens e mulheres na sociedade ainda são persistentes e é possível observá-los na disputa pela guarda dos filhos. As mulheres costumam ser mais favorecidas nesse tipo de decisão e há uma noção geral que os filhos ficarão mais protegidos sob a guarda materna. Saiba mais a seguir!
Disputa pela guarda dos filhos em dados
Os dados relacionados aos resultados da disputa entre pais pela guarda dos filhos mostra uma tendência de que as mulheres se tornem guardiãs das crianças com maior frequência, o que revela que ainda há a percepção enraizada de que as mulheres devem ser responsáveis pela criação dos seus filhos enquanto os homens se responsabilizam pelo auxílio financeiro.
Essa tendenciosidade nas decisões legais faz com que os casos em que o inverso acontece, o pai ficando com a guarda da criança enquanto a mãe se responsabiliza pela pensão alimentícia, sejam menos comuns.
Alienação parental
Além disso, um conceito importante deve ser considerado dentro dessa dinâmica: a alienação parental. As situações em que um dos pais empregava estratégias para afastar o outro, manipulando memórias e a própria imagem do progenitor diante a criança foram tratadas pela primeira vez pelo psiquiatra Richard Gardner há apenas 40 anos.
Em situações em que a mulher faz alienação parental, essa tendência judicial acaba por favorecer a mãe alienadora e tornar mais difícil para o pai comprovar seu desejo genuíno de participar ativamente da criação dos seus filhos, tanto nas guardas compartilhadas quanto como único guardião.
Segundo especialistas, a guarda compartilhada seria a melhor estratégia para diminuir as chances de que um dos pais possa empregar a alienação parental como forma de obter privilégios e afastar a criança do outro.
Além disso, a guarda compartilhada empregada com maior frequência e aceita socialmente como algo natural e desejável seria o primeiro passo para colocar pai e mãe em posições mais igualitárias nas disputas pela guarda unilateral, já que os homens poderiam ter seu desejo legítimo de paternidade de guarda mais facilmente reconhecido.
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