Se existe algo que causa sofrimento em crianças e adolescentes do mundo todo é o bullying na escola. Diferente de antigamente, hoje em dia o bullying não acaba quando toca o sinal para ir embora. Com as redes sociais, a “brincadeira” de mau gosto ultrapassa os limites escolares e parece não ter fim.
Uma vítima de bullying passa por um terror diário, tornando-se muito introvertida ou violenta. Medo constante – principalmente de ir à escola -, baixo desempenho e dificuldade de socialização também estão entre os reflexos das agressões sofridas.
De acordo com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura), um em cada três alunos em todo o mundo já foi vítima de bullying. E, além dos reflexos citados acima, as consequências podem ser ainda mais graves resultando em abuso de álcool, tabaco e drogas, sentimentos de solidão e até suicídio.
Segundo especialistas os efeitos do bullying variam de indivíduo para indivíduo. Estrutura, vivência, predisposição genética e forma e intensidade das agressões têm impacto diferente em cada caso.
De maneira geral todas as vítimas sofrem com as agressões, podendo levar marcas profundas por toda a vida. É comum que os adultos que sofreram bullying na infância necessitem de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para superar o trauma.
O que caracteriza o bullying?
Resumidamente, o bullying é um tipo de agressão – verbal, física ou psicológica – que ocorre sem motivações específicas ou justificáveis. Nesse tipo de agressão existe um desnível de poder entre o agressor e a vítima. Ou seja, o alvo da hostilidade não consegue reagir de nenhuma forma.
O termo é utilizado para tratar esse tipo de violência no universo escolar dos jovens e crianças e pode ser cometido tanto por meninos quanto por meninas.
Os ataques de bullying acontecem repetidamente onde os mais fortes utilizam os mais frágeis como objetos de diversão, prazer e poder. O intuito dos agressores é maltratar, humilhar e amedrontar suas vítimas.
Tipos de agressões
A violência mais fácil de identificar nas vítimas de bullying é a física. A criança pode aparecer em casa com machucados e não ter uma explicação lógica e segura para dar. Mas, além desse tipo de hostilidade, que envolve bater, empurrar e beliscar, existem outras agressões:
- Verbal: que ocorre quando o agressor insulta, ofende, fala mal e coloca apelidos pejorativos na vítima;
- Psicológica e moral: quando o alvo da agressão é humilhado, excluído, discriminado, chantageado, intimidado e difamado por uma ou mais pessoas;
- Sexual: quando ocorre abuso, violência, assédio e insinuações;
- Virtual: o chamado cyberbullying, realizado por meio de ferramentas tecnológicas como celulares, filmadoras e internet, por exemplo;
- Material: quando a vítima tem pertences furtados, escondidos ou danificados por perseguição.
Como identificar casos de bullying
As crianças e adolescentes vítimas de bullying estão mais suscetíveis a problemas de depressão e ansiedade. Por isso, os pais precisam estar atentos às mudanças de comportamento dentro de casa.
O Conselho Nacional de Justiça elaborou uma cartilha para ajudar pais e educadores a prevenir e enfrentar a violência física ou psicológica contra uma pessoa incapaz de se defender.
De acordo com a publicação é preciso estar atento a sinais como:
– Queixas frequentes de dores de cabeça, enjoo, dor de estômago, tonturas, vômitos, perda de apetite e insônia. Esses sintomas tendem a ser mais intensos antes do horário de ir à escola.
– Mudanças frequentes e intensas de humor que podem causar explosões repentinas de irritação ou raiva.
– Falta ou escassez de amigos: a criança ou adolescente não recebe e-mails, mensagens, convites para festas ou passeios de viagem com o grupo escolar.
– Gasto excessivo na cantina ou na compra de objetos com o intuito de presentear os outros.
– Diversas desculpas (incluindo problemas de saúde) para faltar às aulas ou atividades escolares.
E o que fazer?
Identificar precocemente os sinais acima é fundamental para ajudar a vítima de bullying, uma vez que ela não relata o sofrimento vivido na escola. Por isso o diálogo é de extrema importância, bem como a observação atenta do comportamento dos filhos.
Ao identificar um caso de bullying os pais precisam acolher a criança que sofre os ataques. É importante que os adultos reafirmem a vítima, valorizando suas qualidades e salientando que ela não é culpada pelas agressões que sofre.
Além de conversar, os adultos devem destacar o talento inato dos jovens. Eles devem ser estimulados a procurar métodos eficazes para que essas habilidades possam resgatar sua autoestima e construir sua identidade social na forma de uma cidadania plena.
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